Carolina do Norte 1585
em busca de um local onde os colonos pudessem se estabelecer. Walter Raleigh escolheu a Ilha de Roanoke pela sua localização estratégica, e estabeleceu que aquele era o local ideal para a construção do assentamento.
No ano seguinte, dois navios ancoraram na costa com a primeira expedição. Composta de soldados veteranos e liderada por Sir Richard Grenville, um brutal comandante que lutara na Irlanda, o grupo se embrenhou na mata.
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Ao desembarcar em Roanoke, acompanhado por 40 homens, John White esperava fazer contato com os guardas deixados por Grenville no forte. Todavia, depararam-se com o forte devastado e nenhum sinal de seus habitantes, exceto o esqueleto de um deles. Não havia sinal dos demais e tudo indicava ter havido uma luta feroz. Apesar de superar as primeiras dificuldades, a colônia carecia de suprimentos para prosperar e se esses não fossem providenciados tudo estaria perdido. Foi decidido que White seguiria de volta para a Inglaterra e retornaria com mais pessoal e suprimentos. Sua família, que incluia a neta nascida na América, ficaria para traz, ansiando pelo seu retorno.
Três anos se passaram sem que John White conseguisse organizar uma nova expedição para o Novo Mundo. Em 1590, utilizando-se do que restara de sua influência perante a corte, White conseguiu embarcar para a colônia, sem os pleiteados suprimentos e pessoal. Ele era um simples passageiro desejoso de reencontrar sua família.

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A expedição na qual se integrara, ancorou próxima à parte nordeste da Ilha de Croatoan. Já próximos a Roanoke, a tripulação pôde observar fumaça que subia da terra, enchendo-lhes de esperança quanto à segurança da colônia e de seus integrantes. Na manhã do dia seguinte, dois botes deixaram o navio em direção a praia. Durante a travesia, observaram uma nova coluna de fumaça, porém, em local diverso do que haviam visto na noite do dia anterior. Optaram, então, por investigar os sinais mais recentes. A busca foi cansativa e inútil, pois não encontraram quaisquer sinais de seres humanos no local do fogo.
Novamente no interior do navio, eles observaram um ponto de luz na região norte da ilha. Dirigiram-se, no dia subseqüente, para o local onde avistaram a luz, mas tudo o que encontraram foram restos queimados de madeira. Daquele ponto, decidiram dirigir-se para o local onde Comandante White deixara estabelecida a colônia anos antes. Durante o percurso, nada de relevante foi observado, com exceção de algumas pegadas, provavelmente deixadas por nativos durante a noite.
Ao se aproximarem da vila de colonos, notaram as letras “CRO” arranhadas em uma árvore na base de um monte próximo. Guiados até o local das casas, acharam-nas, para seu desespero, derrubadas e destruídas e, a área em torno da pequena vila, cercada por estacas de madeira, como uma frágil muralha erguida às pressas. Em uma das vigas principais, White encontrou a inscrição “CROATOAN”.

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Ficara estabelecido, nos dias que antecederam a partida de John White, que, em caso de necessidade de remoção da colônia para outra localidade, este lugar seria a Ilha de Croatoan, e que, se tal mudança fosse forçada, levada por circunstâncias hostis, os colonos deveriam, de alguma forma, incrustar os dizeres “CROATOAN”, seguido de uma cruz de malta. Na inscrição encontrada pela expedição inglesa, não havia sinal da mencionada cruz.
A busca continuou, e John White percebeu, no interior das poucas casas que permaneceram erguidas, que os objetos encontravam-se cobertos por lodo e grama, tornando evidente que a vila fora abandonada há muito. Ainda, no local onde os botes costumavam a ser ancorados, não havia qualquer sinal dos mesmos, ou de quaisquer outros equipamentos.
Comandante White, em sua primeira estada na ilha, deixara enterrados mapas, ilustrações e livros em um lugar secreto, de forma que pudesse encontrá-los posteriormente e se guiar através deles. Seus pertences foram encontrados e destruídos.
Diante de tamanha tragédia, uma pequena esperança ainda teimava em queimar em seus corações: sua filha, sua neta, bem como todos os demais colonos, poderiam ter se refugiado na Ilha de Croatoan, terra Natal de Manteo, como apontava a evidência incrustada em madeira.
Uma tempestade formava-se e o comandante e sua trupe retornaram ao navio. No dia seguinte, acordaram em dirigir-se a Croatoan, porém, o clima tempestuoso não permitiu. Traçaram um plano segundo o qual iriam se dirigir para oeste em busca de água fresca e suprimentos, retornando, então, à sua desesperada busca. Novamente, a natureza não contribuíu com o comandante inglês. Incapacitados e derrotados, eles rumaram de volta à Inglaterra.
John White não conseguiu angariar recursos necessários a uma nova expedição, e o destino de sua filha, de sua neta, e de toda a colônia de Roanoke, perdeu-se para sempre nos jardins da História.
Não obstante os mistérios que, ainda hoje, envolvem a Colônia Perdida, teorias de todas as sortes - incluindo furacões, doenças e abduções alienígenas – reproduziram-se.
Duas teorias tomaram a dianteira na corrida por credibilidade. Algumas evidências apontavam para o extermínio dos colonos, praticado pelos hostis nativos. A disposição das estacas de madeira, postadas em torno da vila, como uma espécie de cerco protetor, indica a necessidade de proteção contra atentados externos. Mas, neste caso, no momento em que deixavam registrado seu destino – quando incrustaram a palavra “CROATOAN” em uma das árvores – uma cruz de malta deveria ter sido ali colocada.
A teoria mais "aceita", no entanto, diz que os colonos deixaram a Ilha de Roanoke – provavelmente devido a uma forte seca que assolou a região – dirigindo-se à Ilha de Croatoan, onde encontraram receptividade por parte dos nativos, em muito devido à presença de Mateo, natural daquela ilha. Acredita-se que os nativos que foram posteriormente ali encontrados possuíam traços do homem branco, o que corroborou fortemente para esta teoria.

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Roanoke é um mistério que talvez jamais seja desvendado, mas existem conjecturas e os estudiosos continuam em busca de uma explicação convincente que ajude a solucionar esse enigma. Paralelamente aos fatos científicos explorados, crendices e superstições reivindicavam seu lugar como responsáveis pelo destino da colônia inglesa.
“Toda a população morreu devido a uma doença“, o que não faz sentido, pois não foram encontrados corpos no local onde costumava existir a colônia.
“A colônia foi dizimada por fenômenos naturais, tais como tempestades e furacões”, que poderia fazer sentido se não fosse pelo fato de as cercas ainda estarem de pé quando o governador voltara para a colônia em 1590.
A Colônia de Roanoke na Ilha de Roanoke no Condado de Dare na atual Carolina do Norte....(...)